sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ridícula Distância

       
     Procuram apenas a confirmação do eterno enquanto dure... Daquele foram felizes por agora ou quem sabe para sempre...
     Esperam encontrar a paciência em cartas de baralho, a confiança nos búzios o estar tudo bem em horóscopo e a certeza neles mesmo. 
    Se bem que nunca foi preciso olhar o signo do dia pra saber que entre nuvens escuras se esconde a chuva ou que apesar dos pesares o sol sempre nasce no outro dia.
    Um amor tão bonito, mas que dói mais e mais a cada quilometro de distância que são colocados entre eles. Estão juntos no coração, porem entenda, que nem sempre aquecer apenas o coração é o suficiente. E as mãos? Os lábios? E o nariz gelado como ficam?
    Não é fácil acordar com saudade e querer estar perto. Querer nunca é o bastante e sim o que te motiva a continuar.
     Enlouquecer e colocar a culpa no outro só vai tirar seu sono. Aceite que perguntas e dúvidas vão sempre rondar sua cabeça desde o momento da despedida até aquela ultima briga boba.
   A questão é perceber se você está feliz e se ainda consegue arrancar suspiros do outro a cada reencontro. 
   Como um bom eu-lírico medíocre te digo desde já que não existem formulas mágicas para suprir essa falta diária e muito menos soluções de teletransporte para diminuir a distância.
    Por mais que você pense a resposta será sempre a mesma: É melhor sofrer de saudade do que viver com a dor da perda!

     Então espera. Vai passar, porque vale à pena... Vai passar, porque tem que valer à pena!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Homens!

 
     Se encontraram em uma festinha só para amigos próximos. Riram de besteiras a noite toda. Beberam enquanto jogavam um charminho inocente. Até pareciam íntimos com tantas afinidades.
     Trocaram telefones e se despediram com um beijo insosso de bons amigos, já que ela não deu muita chance pro moço continuar as investidas.
    No outro dia pensando em tornar aquela noite um pouco mais longa preparando AQUELE discurso que os levassem a uns drinques e boa companhia, enfim ele decide ligar pra tal moça meiga que conhecerá na noite passada.
     Ela estava em casa lendo um livro bobo qualquer aproveitando a solidão de estar só, enquanto lembrava do moço com carinho. Será que ainda existe homens despretensiosos assim? Será que enfim ela havia encontrado o cara certo? Como nunca se encontraram naquele meio de pessoas conhecidas?
    Sem saber, as respostas viriam em seguida!
 O telefone toca. Ela rapidamente reconhece o número, deixa tocar mais um pouco (claro) e atende.
  -Alô.
 - Oi Fulana. Aqui é o Ciclano, tudo bom?
 Ela responde propositalmente.
- Ciclano o que? (Como se ela não estivesse louca por aquela chamada não é mesmo? Mas aquela velha tática do desinteresse, as vezes dava certo.)
- Que isso não lembra de mim? Sou o Ciclano da noite passada.
- A sim! Tudo ótimo. (Feliz da vida, porque o moço realmente ligou.)
- Te disse que iria ligar!
- Pois é! ( Que atencioso!)
- Lembrei de você o dia todo.
- Mesmo? Que noticia boa. (Que graça!)
  Que ruflem os tambores que lá vem a cartada final...
-Bom... Fulana não tenho nada pra fazer hoje, então o que você acha de deixar a minha noite mais interessante? Uma risada ( Essa está no papo.)
  Silêncio do outro lado da linha e um lamento.
-  Nada para fazer? Hum...
Contando vitória antes da hora o moço já ia pedir o endereço da moça, quando ela o interrompe bruscamente.
  - Quem sabe outro dia. Na verdade Ciclano hoje estou muito atarefada. (Desde quando? Mentira absurda!)
 Ela que esperava uma insistência maior ou uma tentativa dele concertar aquela frase de homem caçador, só ficou na vontade mesmo.
Como qualquer bruto que se conhece na balada ele respondeu.
-  Tudo bem estamos ai pra isso!  Quem sabe outro dia não alegramos nossa noite juntos, não é mesmo?
- Claro Ciclano! Quando eu não tiver nada para fazer te ligo.
- Certo.
- Até mais!
-Até!
Sem beijos e nem abraços... Desligaram o telefone
       Só então ele entendeu a mancada que acabava de dar. Tarde demais para correções.
     " Não tenho nada pra fazer?" Ele rindo do que disse, pensou que da próxima vez ao ligar (se ligar) poderia dizer algo mais romântico pra ganhar aquela moça osso duro, enquanto isso acrescentava na frente do nome dela um R de romanticazinha ou seria um P de puritana?
      O que ele não sabia era que aquele coraçãozinho ali já estava cheio de cicatrizes e a ultima coisa que ela queria era juntar seus cacos mais uma vez e que muito menos iria perder seu tempo com um aventureiro qualquer.
     Respirou aliviada por reconhecer "mais um" IDIOTA antes que existi-se ali qualquer afinidade. Sua sorte para relacionamento certamente estava bêbada.
     Bem que ela não estava a procura de um príncipe encantado, mas naquela altura do campeonato não fazia mal um relacionamento sério.
     E ele? Ahh... Ele procurou na agenda outra mulher bem menos sentimental e que compreendesse nas entrelinha que um "nada pra fazer" na verdade significava alguns chopps, conversa fiada e sexo sem compromisso no fim da noite.
   E claro que não sinta ofendida com a proposta...
  "Homens"!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Passou, passou...


Minha auto-sabotagem  de gostar do errado não tem o sabor de pecado doce que algumas bocas me proporcionaram. Apenas amargam e pronto.
Vou removendo sem culpa o passado da memória pra não ocupar espaço de compaixão pelo que já foi. O engraçado é que faço questão de esquecer uns e outros olhos que se fecharam de prazer e muito menos lembro das palavras ditas em momentos de embriaguez física, mas ainda assim sinto saudades de alguns vestígios atemporais que teimam em se esconder.
 Se quer saber ainda fico rindo sozinha quando vejo escadas de mármore. Ainda choro com certas músicas bregas. Ainda tenho aquela carta, e o mais incrível, é que guardo a sete chaves por 30 anos. Não sei o porque e nem me pergunte o propósito.
Lembranças engraçadas, lágrimas salgadas e cartas amareladas coleciono várias, com algum grau de relevância ou não.
 Entenda que ninguém está neste mundo para viver relembrando momentos, já que a terra gira no sentido oposto, onde o objetivo maior é seguir escrevendo e não reescrevendo o que já foi vivido!