sexta-feira, 1 de junho de 2012

Sr. Fulano e Sra. Beltrano


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    Naquela noite nos amamos por horas, entrelaçados entre uma névoa que pairava sobre a cama, nos alertando que aquela poderia ser nossa ultima noite juntos. O abracei pelo pescoço, amarrei minhas inúmeras pernas feito tentáculos em sua cintura e quis nunca mais soltar, como se o meu mundo só fizesse sentido enquanto girava entorno daquele homem.
    Fomos felizes, sei que fomos, mas alguns amores só fazem sentido na cama e esse era o nosso caso. Apaixonados, mas sem nenhum vinculo com a realidade. Depois de cada noite mágica dias insossos de dois desconhecidos.
  Não tinha uma explicação muito menos alguma lógica. O fato é que nos amávamos apenas entre quatro paredes, fora delas, nossa vida se resumia em Sr. Fulano e Sra. Beltrano. Ótimos Amantes!     
   Nosso caso era apenas história de lençol, fronha e pele arisca e que por sinal ainda poderia nos render longos capítulos noites adentro se não fosse essa sua conversão religiosa repentina de viver uma vida familiar meia boca.   
   Ele queria ir. E eu o deixei partir. Mas Deus sabe o quanto seria fácil trocar uma vidinha moralmente Boa e certinha por noites onde o ser Boa não é apenas um adjetivo bonzinho.