quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Paralisei

    
      Não me olhe assim como se não soubesse o que me trouxe até aqui. Paralisei. E nem pense em dizer que está tudo bem, que já passou, sem ressentimentos e continuar ai parado com esse sorriso amarelo de insatisfação.
     Se você já esperava todo esse fracasso acredite (ou não) eu queria mais. Eu esperava mais do medo. Queria mais da sua imposição e bem menos do meu receio. Um freio natural que me prende antes mesmo do sinal verde abrir me deixando só com a sede de alguma coisa que nem sei definir o que é. 
    Não é sua culpa a minha hesitação, só estou lamentando, mas sabe o que é? Recuar é o que eu faço de melhor. Dar murro em ponta de faca, já deu o que tinha que dar. 
   Meu novo passa tempo agora é sair dando cabeçadas pelo mundo e sem querer você passou na frente, achou graça e de quebra acabou apanhando. Um belo nocaute!
   Sinto muito se não te surpreendi. Sinto muito se não controlei o ponto final. (Risos) Ai ,ai. A quem mesmo estou tentando enganar não é? Olhe bem pra mim vê alguma cicatriz profunda? Consegue ver de perto algum arrependimento? Nunca fui de me desculpar, não por isso. Retocar a maquiagem leva tempo...
   Só não era pra ser uma dor, mas por descuido acabou se tornando duas que nem mesmo o tempo com horário programado pode ajudar. O que é bem pior. 



domingo, 27 de novembro de 2011

Desculpe, mas eu menti!

       
    Desculpe, mas eu menti...
    Existe sim uma coisa melhor que banho quente, tempo frio, chocolate e abraço apertado.
    Menti por uma boa causa. Tive medo dos seus olhos que me devoravam sem tempo pra explicação alguma.
    Menti pra sufocar minha vontade. Tive medo de querer você pra sempre em um descontrolado cárcere privado.
    Menti que pra entre nós fossem somente as boas lembranças. Tive medo de estragar tudo, de você estragar tudo ou de que nada disso estraguesse, por ser tão verdadeiramente bonito.
    Nunca procurei essa promiscuidade louca de ser tantas mulheres, mas acredite uma só jamais caberia dentro de mim completamente plena e feliz.
   Quis por algum momento ser apenas a personificação do seu pecado abençoado por Deus e não confirmar meu lugar na primeira fileira do inferno.
   Desculpe, mas eu menti...
   Existe sim uma coisa melhor que banho quente, tempo frio, chocolate e abraço apertado e eu sempre soube o que era.
   Era você...
   Era e ainda é... Mas deixa isso pra lá. Não brinca de passado enquanto o presente te arreganha os dentes.
   O que eu preciso mesmo é de uma música deprê regada de café amargo com gosto de saudade pra me colocar de novo nos eixo e nada mais.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Amor não tem idade


 Chegou tarde mais uma vez do hospital que ela trabalhava por amor, mas que também ajudava no complemento do mês. Chamou "Querido", mas ninguém respondeu então subiu e tomou um banho bem demorado.
  Secou seu corpo amarelo e enrugado parte por parte enquanto se olhava no espelho e repensava nas noites a meia luz que suas gordurinhas não eram importantes. E enquanto enrolava os cabelos grisalhos na toalha lilás caminhava lentamente com a sua vergonha nua.
  Parou na porta do quarto bem decorado e lá estava ele deitado de bruços, eis a visão exata de um casamento de 45 anos, roncando feito um motor velho com aquela cueca frouxa que ele certamente encontrou no fundo da gaveta. Um homem não mais tão rígido, não mais tão másculo nem tão cabeludo, estava lá à esperando ou não, mas estava lá.
  Ela desligou a TV que ficou mais uma vez ligada. Colocou aquela calcinha bege sem graça, passou hidratante com adicionais de colágeno nas pernas. Deitou no canto da cama, ligou o abajur e continuou a ler seu livro de alto ajuda já marcado na pagina 42. Leu duas páginas e parou para admira-lo enquanto se espreguiçava.
 Ele se vira, ajeita o travesseiro e sorri, um sorriso gostoso de saudade. Depois de tanto tempo ele ainda via beleza naquela mulher de 65 anos iluminada por uma luz incandescente. Ela retribui o sorriso e faz um afago no seu rosto. Não sei como isso era possível, mas ainda o amava tanto ou mais do que no dia em que se casaram.
 Naquela mesma noite compartilharam seus dias de uma forma minuciosa, relembraram os amigos que já se foram, reclamaram do genro, viram fotos antigas e cartas amareladas, lembraram das contas pra pagar, tomaram os remédios para o coração, se beijam com ternura e dormiram tranquilos. Por mais difícil que sejam os dias, ali naquela cama  eles sempre vão ter um ao outro para compartilhar tudo.
 O engraçado é que a paixão a primeira vista não se apaga com o amor eterno ela só aumenta quando se aprende a compartilhar cada ruga de preocupação e amar cada fio de cabelo branco daquela pessoa que está ao seu lado.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Isso basta


    
    Ele me diz boa noite e sonha comigo. E o que eu faço? O perco até no sonho. Maldito orgulho! Maldita boca que fala sozinha sem sentir minhas verdades...     
   Sei que ele merecia mais do que eu tinha para oferecer, por mais que eu tentasse eu só era aquilo: Fraca, confusa, mesquinha e apaixonada.
   Seus olhos de carinho doía quando os meus cheios de receio e de um jeito bobo apenas sorriam. Nunca aprendi a lidar com emoções ao pé da letra. Esse misto de sentimentos me causa overdose e só deixa de raspas a coragem e o medo.
   Mas você sabe como tirar o melhor de mim. Sabe me aninhar nos seus abraços e compartilhar de um sossego que era só seu e que agora é nosso e demais ninguém.
   Te amo assim mesmo, dessa maneira torta, confusa e intensa. Bobo? Que seja! Apenas Te Amo e você me entende, isso basta!

Coração


   Vida minha, por mais que  eu te diga de peito estufado o quanto sou forte meu coração dia após dia vai sempre me lembrar do contrário!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Parabéns e Eticéteras

 
     Mais um ano vai voando pelos olhos com vontade própria e a teimosia de um velho, saindo de cena carregado pelo pôr do Sol fechando com chave de ouro vários dias felizes e outros nem tanto.
    Quem ouve tanta lamúria em poesia barata deve até acreditar que tenho uma profunda paixão pelo presente ou que cultivo eternas saudades do passado. Até pode ser, mas meu problema maior é com o futuro e as suas incertezas que nunca me fizeram feliz e nem sabe tranquilizar minha ansiedade.
   Ainda não vejo algo que mereça comemoração. Vinte anos e muitos dias ou quem sabe meses e tenho apenas sonhos coloridos, uma família guerreira, um amor de verdade, suor e promessas bem feitas.
    Pensando bem...
... Meus PARABÉNS, em forma de flores para contemplar esse jardim aparentemente novo carregado de rosas, laranjeiras, girassóis e espinhos.
   Anjos e Arcanjos já devem conhecer de cor e salteado todas as minhas preces e pedidos de não viver um inferno astral eterno que transforma a minha vida em um purgatório.
   Então rezo todos os dias para que eles me ouçam, junte toda essa energia positiva em uma caixa com um belo laço vermelho e joguem direto na minha cabeça.
   Não que eu esteja reclamando do peso da minha cruz, porque sei que Deus conhece o tamanho da minha força e que mesmo às vezes merecendo não me deixará sozinha nunca!

Feliz Aniversário

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Tarsila


   Namorar Tarsila não era nada fácil.
  Dias difíceis ao lado daquela mulher tinhosa.
  Discutíamos por tudo, de tudo e com tudo. Se concordava com seus devaneios, ela estranhava. Se discordava, ela reclamava. A verdade é que Tarsila nunca estava satisfeita. 
 Esquecer alguma data importante era a morte. Não reparar um corte de cabelo novo era inaceitável.   Se demorava na peladinha de sábado com os amigos, a briga era certa.
  Pratos sempre voavam com seus nervos. Dias difíceis ao lado daquela mulher tinhosa.
   Quando não te contava detalhes do meu dia, lá vinha Tarsila colocar a culpa da minha falta de carinho na secretaria "gostosa" (Coitada da Dona Dasdores viúva e mãe de 5 filhos).
Mandava flores em um dia qualquer. Ela já torcia o nariz e pensava besteiras.
 Mexia na minha agenda, lia meu email, atendia meu celular. Minhas juras de amor nunca foram suficientes pra ela.
  Dias difíceis ao lado daquela mulher tinhosa.
  Até que depois de dormir mais uma noite no sofá fiz as mala e resolvi deixar aquele inferno.
 Abri a porta e lá estava ela preparando nosso café com aqueles olhos penetrantes e amendoados. Deus como Tarsila conseguia ser assim tão linda e doce pela manhã?
 Uma bandeja cheia e mais um bilhete de desculpas escondiam seus olhos marejados de lágrimas. Minha vontade era beija - lá e ficar, mas namorar Tarsila não era coisa fácil e eu já sabia muito bem.

 Não me pediu pra ficar. Pra lhe ser franco Tarsila não disse uma palavra. No fundo acho que ela sempre soube que o fim mais cedo ou mais tarde era inevitável.
Um louco amor enquanto durou, mas acabou... Restou apenas a saudade da minha intensa Tarsila.
Dias difíceis sem aquela mulher tinhosa.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vítima


    Uma menina tão nova, mas que já vivia de grandes doses de nostalgia. Olhava pela janela todos os dias com um ar de vítima, pensava na sua dor mais duida e só assim poderia sofrer mais que os outros sem culpa.
    Queria o mundo nas mãos, porém não saia do próprio "quintal". Conhecia a vida de alguma bolha protegida da qual saia raramente, mas assim que a coisa ficasse preta ou somente um pouco cinza ela voltava.Voltava, porque debaixo da saia da mãe suas manhas e mimos eram bons procedentes.
    Cultivava inúmeros amores platônicos que lhe enviava cartas e caixas de bombons, seguindo invisíveis só para alimentar suas ilusões de donzela inocente.
     Muitas vezes se pegava em silêncio tentando responder os pensamentos e desvendando enigmas da terra, só que por pouco tempo. A solidão de ficar com ela mesma não agradava.
    Já ouviu inúmeras vezes que tudo vai ficar bem e que o tempo cuida de tudo, mas até quando?
Até quando o tempo será solução de tudo...






sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Descompromissados enquanto dure

 
     Uma mulher independente e bem resolvida que já deveria estar atrás de um marido e não presa a um afer ou amigo intimo de um cara conhecido por Ursão. Ela já tinha 28, quase 30, não podia mais se dar ao luxo de ter um rolo sem futuro.
   Como ele mesmo dizia “Gostosa somos um casal descompromissados...". E por longos 11 meses seguiam com esse amor que aparentemente não se denominava nada nem impunha coisa alguma.
   Depois de mais um sábado sozinha, enfim largou o "urso" de pelúcia e a camisola de algodão furada. Passou o batom mais vermelho que tinha, juntou as amigas encalhadas de guerra e foi a luta!
   E o que ela queria mesmo? Dançar até seus joelhos levantarem bandeira branca, já que ser uma mulher caçadora nessa vida selvagem e cheia de propaganda enganosa anda dureza.
  Festinha meia boca. Sorrisos gratuitos. Fulanos e Beltranos. Números inutilizáveis a mais na agenda. E a raiva de ter saído de casa crescia, assim como a saudade de outro colo.
 O celular toca insistente assim que ela pega a bolsa na tentativa de ir embora a francesa. Um numero confidencial há essa hora?
 Do outro lado da linha uma voz conhecida a estremeceu...
 “Alô, Gostosa estava com saudades! Para com essa falta de compromisso e vem ser a mãe dos meus filhos pra sempre?"
 Os olhos arregalaram e mesmo tendo certeza que cada palavra que ouviu era mais uma grande mentira do palhaço "efetivado" as únicas coisas que ela conseguiu dizer foram:

- A que horas Ursão?




quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Minhas cartas

       
       Aos seus 17 e "poucos anos" ela já era assim tão doce que doía entre os dentes e tão áspera que ardia a cada palavra. Para os íntimos era ridiculamente bonitinha. Para os coleguinhas da escola apenas mais uma metida à besta.
      Sua juventude durinha incomodava os flácidos e caídos, seu sorriso de raiva impressionava, mas ela nem ligava. Na verdade ela só sorria pra atrapalhar algumas lágrimas e assim parecer mais interessante que a programação da TV aos domingos.    
     Escrevia besteiras e fazia cartas destinadas a ela mesma e depois as perdia por medo de serem todas meias verdades. Seus melhores livros tinham as páginas amareladas e várias orelhinhas, já que nunca terminou nenhum. 
     Na verdade ela nunca terminava coisa alguma. Síndrome do ponto final ou algum método do tipo "Viva o inacabado em 5 passos eternos".
    Ria dos seus pensamentos e omitia boa parte das suas historias bobas, só pra ter uma afinidade maior com ela mesma antes de dormir.
    Queria acreditar no outro, contar segredos, rir de besteiras, ter um ombro pra onde correr quando a coisa ficasse feia, só que depois de tantos problemas ter o pé atrás virou teoria de vida.
   Vez ou outra arriscava fazer uma amizade verdadeira, mas no fundo ela sabia que todas tinham sua validade... Sabe como é "amizade nunca foi coisa fácil de encontrar", então só mantinha os antigos.
    Se apaixonava com facilidade e desapegava com o mesmo talento. Nunca esperou nenhum cavalo branco passar na sua porta, mas quando achou ter encontrado um bem parecido desejou nunca mais descer dele. 
   Depois de um tempo ainda escreve cartas destinadas a ela mesma contando meias verdades que se perdem pela casa. Parou de sonhar acordada e tenta dia após dia ser alguma coisa nessa vida meia boca!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ridícula Distância

       
     Procuram apenas a confirmação do eterno enquanto dure... Daquele foram felizes por agora ou quem sabe para sempre...
     Esperam encontrar a paciência em cartas de baralho, a confiança nos búzios o estar tudo bem em horóscopo e a certeza neles mesmo. 
    Se bem que nunca foi preciso olhar o signo do dia pra saber que entre nuvens escuras se esconde a chuva ou que apesar dos pesares o sol sempre nasce no outro dia.
    Um amor tão bonito, mas que dói mais e mais a cada quilometro de distância que são colocados entre eles. Estão juntos no coração, porem entenda, que nem sempre aquecer apenas o coração é o suficiente. E as mãos? Os lábios? E o nariz gelado como ficam?
    Não é fácil acordar com saudade e querer estar perto. Querer nunca é o bastante e sim o que te motiva a continuar.
     Enlouquecer e colocar a culpa no outro só vai tirar seu sono. Aceite que perguntas e dúvidas vão sempre rondar sua cabeça desde o momento da despedida até aquela ultima briga boba.
   A questão é perceber se você está feliz e se ainda consegue arrancar suspiros do outro a cada reencontro. 
   Como um bom eu-lírico medíocre te digo desde já que não existem formulas mágicas para suprir essa falta diária e muito menos soluções de teletransporte para diminuir a distância.
    Por mais que você pense a resposta será sempre a mesma: É melhor sofrer de saudade do que viver com a dor da perda!

     Então espera. Vai passar, porque vale à pena... Vai passar, porque tem que valer à pena!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Homens!

 
     Se encontraram em uma festinha só para amigos próximos. Riram de besteiras a noite toda. Beberam enquanto jogavam um charminho inocente. Até pareciam íntimos com tantas afinidades.
     Trocaram telefones e se despediram com um beijo insosso de bons amigos, já que ela não deu muita chance pro moço continuar as investidas.
    No outro dia pensando em tornar aquela noite um pouco mais longa preparando AQUELE discurso que os levassem a uns drinques e boa companhia, enfim ele decide ligar pra tal moça meiga que conhecerá na noite passada.
     Ela estava em casa lendo um livro bobo qualquer aproveitando a solidão de estar só, enquanto lembrava do moço com carinho. Será que ainda existe homens despretensiosos assim? Será que enfim ela havia encontrado o cara certo? Como nunca se encontraram naquele meio de pessoas conhecidas?
    Sem saber, as respostas viriam em seguida!
 O telefone toca. Ela rapidamente reconhece o número, deixa tocar mais um pouco (claro) e atende.
  -Alô.
 - Oi Fulana. Aqui é o Ciclano, tudo bom?
 Ela responde propositalmente.
- Ciclano o que? (Como se ela não estivesse louca por aquela chamada não é mesmo? Mas aquela velha tática do desinteresse, as vezes dava certo.)
- Que isso não lembra de mim? Sou o Ciclano da noite passada.
- A sim! Tudo ótimo. (Feliz da vida, porque o moço realmente ligou.)
- Te disse que iria ligar!
- Pois é! ( Que atencioso!)
- Lembrei de você o dia todo.
- Mesmo? Que noticia boa. (Que graça!)
  Que ruflem os tambores que lá vem a cartada final...
-Bom... Fulana não tenho nada pra fazer hoje, então o que você acha de deixar a minha noite mais interessante? Uma risada ( Essa está no papo.)
  Silêncio do outro lado da linha e um lamento.
-  Nada para fazer? Hum...
Contando vitória antes da hora o moço já ia pedir o endereço da moça, quando ela o interrompe bruscamente.
  - Quem sabe outro dia. Na verdade Ciclano hoje estou muito atarefada. (Desde quando? Mentira absurda!)
 Ela que esperava uma insistência maior ou uma tentativa dele concertar aquela frase de homem caçador, só ficou na vontade mesmo.
Como qualquer bruto que se conhece na balada ele respondeu.
-  Tudo bem estamos ai pra isso!  Quem sabe outro dia não alegramos nossa noite juntos, não é mesmo?
- Claro Ciclano! Quando eu não tiver nada para fazer te ligo.
- Certo.
- Até mais!
-Até!
Sem beijos e nem abraços... Desligaram o telefone
       Só então ele entendeu a mancada que acabava de dar. Tarde demais para correções.
     " Não tenho nada pra fazer?" Ele rindo do que disse, pensou que da próxima vez ao ligar (se ligar) poderia dizer algo mais romântico pra ganhar aquela moça osso duro, enquanto isso acrescentava na frente do nome dela um R de romanticazinha ou seria um P de puritana?
      O que ele não sabia era que aquele coraçãozinho ali já estava cheio de cicatrizes e a ultima coisa que ela queria era juntar seus cacos mais uma vez e que muito menos iria perder seu tempo com um aventureiro qualquer.
     Respirou aliviada por reconhecer "mais um" IDIOTA antes que existi-se ali qualquer afinidade. Sua sorte para relacionamento certamente estava bêbada.
     Bem que ela não estava a procura de um príncipe encantado, mas naquela altura do campeonato não fazia mal um relacionamento sério.
     E ele? Ahh... Ele procurou na agenda outra mulher bem menos sentimental e que compreendesse nas entrelinha que um "nada pra fazer" na verdade significava alguns chopps, conversa fiada e sexo sem compromisso no fim da noite.
   E claro que não sinta ofendida com a proposta...
  "Homens"!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Passou, passou...


Minha auto-sabotagem  de gostar do errado não tem o sabor de pecado doce que algumas bocas me proporcionaram. Apenas amargam e pronto.
Vou removendo sem culpa o passado da memória pra não ocupar espaço de compaixão pelo que já foi. O engraçado é que faço questão de esquecer uns e outros olhos que se fecharam de prazer e muito menos lembro das palavras ditas em momentos de embriaguez física, mas ainda assim sinto saudades de alguns vestígios atemporais que teimam em se esconder.
 Se quer saber ainda fico rindo sozinha quando vejo escadas de mármore. Ainda choro com certas músicas bregas. Ainda tenho aquela carta, e o mais incrível, é que guardo a sete chaves por 30 anos. Não sei o porque e nem me pergunte o propósito.
Lembranças engraçadas, lágrimas salgadas e cartas amareladas coleciono várias, com algum grau de relevância ou não.
 Entenda que ninguém está neste mundo para viver relembrando momentos, já que a terra gira no sentido oposto, onde o objetivo maior é seguir escrevendo e não reescrevendo o que já foi vivido!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Deixa estar

  
     De longe até parecem bons amigos, mas observando aqueles olhos pulsantes bem de perto não existia nada parecidos com aquelas almas azuis meio rosa choque. 
    Ele falava tão seguro de si mostrando pra ela um mundo de palavras e possibilidades mansas. Ela sorria respondendo com os olhos cada palavra que lhe era vendida, porque no fundo também eram as dela.
    Não queriam se completar, já que romanticamente falando estavam completos de certa forma, queriam ser harmônicos a dois, queriam apenas um sopro leve nas vezes que o vento parar...
    Tudo seria tão mais fácil se as pessoas fossem moldáveis como à argila, porque ao menos assim, uma pitada de sorte e reza brava as pessoas  se encaixariam perfeitamente umas nas outras. 
  Só que infelizmente os defeitos e deformações tem o hábito estranho de nos acompanhar.
    Por fim colocar a culpa dos seus erros e frustrações em outras pessoas se torna um ciclo vicioso te fazendo procurar no desconhecido o que já conhecemos de cor e salteado. 
   Então se quer saber, deixa estar! 

terça-feira, 26 de abril de 2011

1.095 Dias!



" Sem um porque Te Amo do jeito mais lindo, natural e descomplicado que conheço, talvez esse nosso amor seja tão simples e necessário que nem pede para estar, apenas existe e nos completa..." 


                                                                   

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Tenha Dó

         

        Depois de algum tempo desaparecido pelo mundo o catiço mais uma vez retorna, Deus sabe de onde, com aquela cara lavada, um sorriso maroto e um escudo chamado "relacionamento aberto" pra justificar o sumiço. 
      Se bem que essa coisa que eles tentavam manter não poderia ser chamado de relacionamento. Sempre me pareceu bem mais uma bela sacanagem, uma carência, uma vadiagem sem compromisso se é que me entendem.
     O problema é que a moça parecia nem estar tão interessada naquelas propostas indecentes. Só que mesmo assim eles insistiam na ideia de trocarem a noite pelo dia e ver o sol nascer pela janela sem remorsos.
    As mãos no bolso era um sinal de que ele escondia coisas demais, talvez pessoas, momentos, mulheres, solidão, ninguém sabe. 
    Mãos essas que no ultimo encontro não a segurava mais como ela gostava de lembrar. Mãos essas que já não compensavam mais o risco de brincar com sentimentos.
    Depois disso, ela entendeu que pra colocar apenas um coração em jogo era preciso apostar mais fichas. Então ela pensou, olhou suas cartas e temeu o risco, por isso fez que nem ligou, o beijou sem graça com um gosto de café preto e o deixou sumir...
   Mais tarde, remoendo os fatos com seu tormento ela parou, repensou, pensou e repensou e como muitos apostadores se arrependeu daquela jogada precipitada.
Porque não tentar, já que nada tinha a ganhar e muito menos a perder?
   Tentou marcar algumas revanches daquele jogo perdido e assim mudar aquela ultima impressão de chuchu aguado com melancia. 
   Deixou recado. Ligou. Sem sucesso! O moço estava mais uma vez indisponível.
   Com o passar dos dias sem noticias ela se acomodou e transformou aquilo tudo em um fantasma desnecessário. 
 Mas eis que uma mensagem confirmava sua volta "triunfal" e sem a mínima noção de tempo que dizia:
- Mas e eu?
Ela olhou o calendário, sorriu e pensou o mesmo.
 E pelo que dizem as más línguas desta vez é o numero dela que não esta disponível no momento...


terça-feira, 22 de março de 2011

Até a próxima!


Assim como a sua saudade fingida pode ser brincadeira, meus beijos serão pra sempre meias verdades.

Não se assuste quando eu for embora sem dizer os motivos ou quem sabe te diga obrigado por ser um brinquedo útil em meio a solidão de ser você mesmo.
Você e esse sorriso fácil já causaram overdoses que por algumas horas me fez esquecer o afeto que realmente quero e procuro.

Seus braços que algumas vezes me abraçaram com ternura quando eu mais precisei se transformaram em tentáculos estranhos que eu mesma criei e não sei mais como desfazer.

Sua doçura que às vezes azeda ao despertar me faz entender que ao seu lado nunca serei eu mesma e muito menos vou encontrar paz e fechar os olhos com confiança.

 É difícil entender? Não procuro apenas o prazer da atenção. Quero mais que isso. Quero aquele fogo inocente. Quero te amar sem pressão e muito menos ficar a espera da sua indecisão infinita.

Quero o inverso do que você pode me proporcionar. Frieza não é pra mim meu caro! Quem sabe para os íntimos (risos), mas não pra quem já ultrapassou esses limites e você nem percebeu.

E enquanto você continua ai nesse lugar confortável, olhando a vida, manipulando e tecendo armadilhas piores do que aquelas que você já caiu, vou partir pra não continuar aqui jogando e perdendo sozinha. 

Então é isso... Só não me venha com despedidas, prefiro assuntos inacabados.
Quem sabe um dia desses volto pra sua indecisão que me deprime!

terça-feira, 1 de março de 2011

E agora?


No fundo eu já sabia que aquela imagem sua no espelho era de um desconhecido íntimo e aquela lágrima salgada que teimou em cair foi a confirmação da minha desconfiança.

 Já não te vejo mais em algumas fotos. Me diz em qual delas estaria a nossa ultima lembrança verdadeira?

Naquela noite você não interrompeu meu sono pra falar besteiras, nem pra colocar nosso amor em prática como de costume. Simplesmente me deu um beijo de boa noite e foi pro lado mais escuro da cama.
Como eu sei disso? Não dormi, esperando que aquela briga boba e esse beijo gelado fossem apenas um pesadelo.

Talvez eu realmente tenha perdido a fé ou quem sabe só fui vencida pelo cansaço de querer ser forte.

Até parece que a brincadeira de ser um espelho teve sim um fundo de verdade. O que me falta em atitude sobra em reflexo e você sabe

Não quero me resumir em esperar notícias, muito menos me entristecer por não ser lembrada. Não quero começar uma conversa com Sorry e nem esperar que a minha paranóia tenha fundamento. Não quero acreditar que a nossa cumplicidade não é mais nossa e nem quero ouvir de outras bocas como foi seu dia se eu ainda estou aqui te escutando.

Sabe aquele sorriso verdadeiro? Faz tempo que não vejo. Sabe aquela importância que eu tinha pra você? Anda mais em queda que o dólar. Sabe aquelas conversas longas? Não me pergunte, porque não sei onde está.

A única coisa que sei, é que quero uma devolução indolor desse Script amassado, cheio de parágrafos engraçados e enfeitado de etc e etc...

E agora que você já leu essa parte do roteiro, me ajude a entender se isso aqui é um ponto final ou só um ponto e virgula no lugar errado.

Obrigada!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Amar complicando


Ás vezes você se acha capaz de nos interpretar com facilidade. (E assim você volta a ser um mero mortal previsível.) Até parece que nós dois somos iguais a esses casais bobos que vivem discutindo por tudo, se limitando aos problemas e que parecem gostar de fazer do relacionamento uma difilculdade.

E é nesses momentos de burrice gradativa que eu gostaria que você não me ouvisse assim tão ao pé da letra...

Quando eu disser que não te quero, vou embora, não posso. Segure meu braço, me olhe com firmeza e diga ESQUEÇA, porque é isso que eu quero ouvir e poder ficar do seu lado.

Às vezes eu quero acreditar que isso que vivemos não é mesmo um passa tempo;
Então quando eu disser que esse fogo, que nosso dengo, que essa chama não tem importância. Quebre essa minha casca fria e calculista e me AME,  porque é só disso que preciso para te amar mais e mais pra sempre.

Às vezes eu queria que seu abraço fosse eterno e seu colo meu abrigo;
Então quando eu disser que você merece um tempo, que precisa ficar mais com  seus amigos, que deve sim sair sozinho. Me chame de boba e sorria, mas FIQUE, porque ser só sua complicando ou descomplicando é o que eu mais quero!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Lágrimas de crocodilo


 "Me acostumei tanto em ter você longe e chorar lágrimas de distância. 
Agora que te tenho bem perto não sei o que fazer.
E sem querer te mantenho mais longe para poder chorar lágrimas de lamento e assim ir endurecendo o meu coração da culpa de não ter te respirado em mim enquanto tive tempo..."

Insônia



Naquele dia resolvi dormir mais tarde, mas não foi por algum desses filme capazes de arrancar aplausos mesmo sozinha e nem foi por um  livro interessante, já que ultimamente nem leio na esperança de viver um pouco das minhas realidades.

Apenas não dormi. Dei umas boas risadas de mim mesma. Lembrei de algumas caras estranhas que me marcam mais que palavras. Chorei por besteiras. Descobri que nem quero tanto assim. Na verdade descobri que não sei o que quero. 

Percebi que me acostumei a fazer manhas, me acostumei a reclamar e não tentar mudar, me acostumei a fugir quando na verdade quero ficar, me acostumei a dormir enquanto você me olha, me acostumei em dizer sim e na hora mudar de ideia, me acostumei a justificar pra mim mesma que tudo passa. Só me acostumei... e afinal o que fiz?

Tem mais um dia chegando lá fora e eu aqui brigando comigo mesma mais uma vez. 

Sabe querido,  um dia desses ainda paro de sorrir com os olhos, encontro um bom álibe e revelo minhas meias verdades tolas da madrugada, só para te ver aqui, tentando ter razão e no fim também não encontar nenhum sentido, se é que faz algum no meio da insônia.


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Rosas e um cartão


Flores vermelhas e um cartão nunca conseguiram estancar feridas expostas, muito menos acalentar um coração machucado.
 Acreditar em algo que se diz sincero só porque existem boas lembranças.Querer ver sempre o belo aonde parece ser apenas confiança.
Esperar do outro é o que sempre fazemos, mas esperar pelo quê? Se de qualquer maneira inventamos besteiras apenas para reclamar.
No caso de alguma coisa não sair como o esperado ficamos preparados para tudo e com varias possibilidades de fuga. Ou pelo menos deveria!
Sabemos ser fortes quando não é na nossa porta que as surpresas aparecem. Só que as lágrimas nunca pedem licença e muito menos tocam a campainha para caírem.
As vezes nos esquecemos que o futuro nunca precisou ser uma continuação bem planejada do presente só porque queremos.
Saiba que o sofrimento causando por um orgulho bobo deixam marcas, mas acredite essa dor é bem menor do que perder você para uma burrice imprensada qualquer, que certamente um dia desses ainda vamos cometer...