domingo, 21 de março de 2010

DÚVIDA

O telefone toca com uma insistência irritante.
Um número que para ela a muito tempo foi esquecido ressurge inesperadamente.
O coração dispara. As pernas tremem.
Afinal, boa coisa não seria aquela hora da noite.
Enquanto o telefone persiste em tocar, dúvidas e curiosidades se misturam a pensamentos tristes que estavam enterrados junto a um passado mal resolvido.
Atender ou ignorar?
Dizer um olá e matar a saudade não vai acrescentar nada nessa historia complicada.
Trazer a tona ressentimentos antigos são desnecessários para ela naquela noite.
Após colocar a vontade de esclarecer o que não foi em uma balança interior a sensatez enfim fala mais alto.
Ela tira o telefone do gancho. Senta no sofá. Enrola uma mecha de cabelo na tentativa de confirmar para si mesma que não vale a pena viver de passado.
Tentar reviver o que não deu certo sinceramente não faz sentido, mas quem garante que tentar de novo não pode estar no seu futuro?

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