Para meu ex amor,
Quer saber de uma coisa? Acho que
a nossa historia "bonitinha" se transformou em uma
fábula com discursos mentirosos há muito tempo e eu ainda não tinha percebido. Não preciso
tanto de você como diziam aqueles sms de carência.
Agora sei que suas
palavras de arrependimento eram apenas canções bregas regravadas infinitamente
em um CD furado. Depois de tanto tempo de cegueira burra, digo de amor louco, me
sinto capaz de te amar menos e sair pelo mundo sem me importar com a sua
suposta dor.
Vou te esquecer no meu passado
amarelado junto com aquela caixa cheia de cartas novas com várias desculpas
velhas. O que eu quero agora é confiar em alguém sem precisar
colocar a minha mão no fogo por ela. Quero respirar fundo sem o peso da dúvida.
Quero chorar pitangas doces de saudade e não mais engolir os
caroços. Quero alguém para ficar ao meu lado sem me preocupar
com surpresas, aliás, nunca te disse, mas nunca gostei
de surpresas...
Não me procure. Estarei por
ai enterrando vários pedaços seu em outras bocas. Me esqueça da mesma
forma que você sempre fez. Não se preocupe com essa pessoa que um dia já te fez
sorrir com piadas bobas e que perdeu tempo fazendo planos ao seu lado.
Quero alguém
para chamar de meu e acreditar nas vezes que essas palavras saírem da minha
boca. E esse alguém não é você!
Att, Seu ex amor.
O SONHO NÃO ACABOU
ResponderExcluirEscrevi um poema na areia
Cheio de nuanças
E de contratempos,
Ora inspirado pelo mar
Ora trazido pelo vento.
As ondas rebateram
Exigindo também o seu lugar,
Nem que fosse ao lado
Do ponto máximo do fim.
As gaivotas sobrevoaram
Em círculos provocantes;
Enciumadas de contemplação,
Pousaram sobre palavras-chaves,
Tornando meus versos incompreensíveis.
A noite foi surgindo sem pressa,
Permitindo que eu terminasse;
Mas a lua, cheia de inveja,
Se negou a iluminar.
Ela enfeitiçou o mar
Que sob seu encanto libertou a maré;
Enfurecido, eu a agredi em vão...
No dia seguinte, cabisbaixo,
Retornei à praia
Para ver o que tinha restado:
As ondas estavam calmas
E as gaivotas sobrevoavam felizes.
Caminhei lentamente pela areia
Quando, de súbito, meu olhar se aviltou
-Apenas uma frase o mar me deixou:
O sonho não acabou.
*Agamenon Troyan poeta brasileiro, autor do livro (O Anjo e a Tempestade)