domingo, 21 de fevereiro de 2010

O PORTA RETRATO

O fim é inevitável quando algo começa, porem nunca esperamos o termino ao preparar a alma para a eternidade.
Sobre o criado mudo uma foto lembra que naquele rosto já esteve presente um sorriso sincero.
Os olhos inchados mostram que a noite foi longa pra ela.
Lenços de papel sobre a cama reflete que sua companhia foi nada mais que lágrimas.
O frasco de calmante jogado no chão explica a cena de um corpo esticado sem conforto na poltrona.
Solidão. Quem sabe um passeio depois de dias dentro de casa a tire daquele mundo de lembranças felizes com um final lamentavelmente triste.
Enfim ela sai da toca. caminha pela praça. Toma um sorvete. Senta e observa as crianças brincarem no balanço.
Sem querer os pensamentos de culpa e fracasso retornam para sua cabeça.
Um olá desconhecido e tímido trá ela de volta para a realidade. Com um ar de coração partido em meio a suspiros ele a faz companhia no banco de praça.
Olhar envolvente dele. Uma inspecção minuciosa e interessada por ela. Sorrisos de afeto. E o ciclo retoma novamente.
Vivemos o presente para um futuro incerto onde nada é tão triste que não possa ser superado.
O que se sabe é que aquele porta retrato sobre o criado mudo continua o mesmo, mas a foto...

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