segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vítima


    Uma menina tão nova, mas que já vivia de grandes doses de nostalgia. Olhava pela janela todos os dias com um ar de vítima, pensava na sua dor mais duida e só assim poderia sofrer mais que os outros sem culpa.
    Queria o mundo nas mãos, porém não saia do próprio "quintal". Conhecia a vida de alguma bolha protegida da qual saia raramente, mas assim que a coisa ficasse preta ou somente um pouco cinza ela voltava.Voltava, porque debaixo da saia da mãe suas manhas e mimos eram bons procedentes.
    Cultivava inúmeros amores platônicos que lhe enviava cartas e caixas de bombons, seguindo invisíveis só para alimentar suas ilusões de donzela inocente.
     Muitas vezes se pegava em silêncio tentando responder os pensamentos e desvendando enigmas da terra, só que por pouco tempo. A solidão de ficar com ela mesma não agradava.
    Já ouviu inúmeras vezes que tudo vai ficar bem e que o tempo cuida de tudo, mas até quando?
Até quando o tempo será solução de tudo...






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